Segundo Maia, que ainda ocupava interinamente a Presidência da República, o mal-estar com o Planalto se deve ao fato de o PMDB ter filiado, no inÃcio deste mês, o senador Fernando Bezerra (PE), ex-PSB. O DEM vinha negociando havia meses a migração do parlamentar e de outros deputados para sua legenda.
Na Câmara, na quarta à noite, o deputado destacou que o fato de os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) terem participado do ato de filiação de Bezerra mostrou que há uma "digital" do governo na iniciativa. "Mandei mensagem para o presidente Temer falando da ação do presidente do PMDB (senador Romero Jucá) e de alguns ministros do palácio", afirmou.
"A gente não pode ficar levando facada nas costas do PMDB, principalmente de ministros do palácio e do presidente do PMDB", afirmou Maia. As crÃticas vieram a público depois de o deputado fluminense saber de abordagens do PMDB para tentar atrair o deputado Marinaldo Rosendo (PSB-PE), que está acertado de ir para o DEM. Procurados pela reportagem na noite desta quarta, Moreira, Padilha e Jucá não foram encontrados.
Apesar das crÃticas, Maia afirmou que essa indisposição não deve interferir na segunda denúncia. "Não vamos misturar uma coisa com a outra. Cada deputado vai votar com a sua consciência", disse.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast no gabinete de Temer antes de dar as declarações contra o PMDB, Maia disse que vai conduzir o processo da segunda denúncia da mesma forma que tratou a ação por corrupção passiva já barrada na Câmara. "Espero que, nesta segunda, o palácio seja mais respeitoso comigo. E o que fiz na primeira farei novamente: manter minha imparcialidade", disse Maia.